Entre reflexões e resoluções

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Por Adriana L. Matos

Pensando neste momento, lembrei de Carlos Drummond de Andrade e seu poema, “O tempo”.
Sim, ” … quem teve a brilhante ideia  de fatiar o tempo…Quem industrializou a esperança fazendo-a funcionar no limite da exaustão? ”

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E finalmente o ano termina, tempo de pensar no tempo transcorrido, e com ele todas as perguntas, angústias e anseios permeiam nossos pensamentos. O ano de 2016 como muitos outros, teve seus momentos bons e ruins, cheios de incertezas, num mundo que nos cobra certezas. Inseguranças, medos e tristezas, onde tornou-se imperativo a  felicidade, praticamente uma obrigação ! Tempo de liquidez nos pensamentos e ações.  Tempo de desapego, de descarte, de tornar o irreal mais importante que o aqui e agora. Tempo, onde somos literalmente empurrados a realizar e não sentir, e caso sinta, não permita que saibam, vejam ou “curtam”!
Uma palavra, para acalmar os ânimos, ” Resiliência “, ela ecoa como uma ordem, uma mola mestra capaz de nos impulsionar a novos caminhos, novos ideais e a transpor nossos limites.
Reorganizar-se… Recomeçar… Reinventar-se. Todas estas expressões, que tanto ouvimos nesta época do ano e que nos acolhem como num passe de mágica! E são mágicas, pois nos dão a paz necessária para passarmos a um outro momento, um outro olhar sobre tudo que ficou mal resolvido, tudo que nos faltou calma para obter um maior entendimento . Tudo e todos que ficaram no caminho e não nos acompanharam. Dezembro faz isso, nos impulsiona e traz toda a esperança e capacidade necessária para esperar pelo novo. Nos faz respirar e deixar ficar no passado o que nos causou desconforto, abrindo assim espaço  para fazer mais ou menos, mas com certeza, melhor!
É preciso  neste momento, olhar-se com mais compaixão, menos crítica e apenas deixar-se sentir, ao invés de denominar dores, culpas e vestir os problemas, é preciso um olhar calmo sobre si mesmo, sobre todos os seus momentos . Temos nossas histórias e porquês, mas estes, não precisam ser arrastados feito âncoras pelos sete mares de nossas vidas. Nossa existência é, e deve, ser mais simples, sem tantas cobranças  e exigências. Permita-se um encontro com esta pessoa refletida no espelho à  sua frente, questione-a e  perceba que o tempo nos permite amadurecimento, que com ele ocorrem perdas, que trocamos de roupa, que ganhamos novos olhares e novas percepções sobre novos momentos e situações. Que podemos e devemos rever opiniões e precisamos desta evolução, é  um ciclo, é  crescimento.
O tempo, este senhor feudal, do qual tanto falamos, tem o poder que lhe damos, pode construir ou destruir, mas esta decisão cabe apenas a nós e às nossas resoluções. Nossas escolhas, nossos desejos e anseios. Nós o limitamos, ou nos limitamos a ele. Nos aprisionamos em suas teias, e não nos permitimos descansar, parar e apenas observar.
Precisamos dar colo para nossas angústias e romper com tudo que nos aprisiona e faz ditadura.
Apenas precisamos dar espaço  para o nosso “eu”, para que reconheçamos e descubramos quem realmente somos. Abandonar idealizações, e deixar este severo senhor que habita nosso inconsciente, o superego, tirar férias, descansar. Dar espaço aos nossos limites. Fortalecer nossas virtudes, resgatar nossa autoestima.
Neste momento, após a reflexão, faz-se necessário, que cheguemos ao próximo ano, certos de que deixamos nosso melhor, e que se isso não  nos foi suficiente, haverá  alguém, para quem foi mais que suficiente e para quem você  fez algo muito especial!
Acredite ! Realize, quando possível! Recomeçe ! Persista sempre!  Sem amarras, julgamentos e cobranças. Apenas fazendo todo o possível, vislumbrando, buscando, aceitando e sim, errando. Somos humanos, não devemos nos comprometer com o erro, mas podemos e devemos errar! Voltar atrás,  pedir desculpas, traçar novos planos.
Afinal, ser humano é transbordar humanidade, acolha e abrace sua humanidade, reconheça  que o que se faz humanamente possível neste momento e no seu momento é  ser e estar, e isso é  muito!
Agradeça!  E depois… Bem, depois já  será  2017.

Adriana L. Matos é psicanalista e coach com especialização em gestão de pessoas. Atua na gestão de equipes e auto-gestão, desenvolvimento pessoal e profissional. Licenciada em letras com especialização em Secretariado e Administração Educacional, atuou durante 20 anos junto ao ensino fundamental e médio na coordenação e orientação educacional; hoje atua como consultora na área educacional e atende em seu consultório.

Espaço Psicanálise Adriana L Matos

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(12)98822-0307 dricaluma@gmail.com

Flávio, destaque essa frase!! “faz-se necessário, que cheguemos ao próximo ano, certos de que deixamos nosso melhor, e que se isso não  nos foi suficiente, haverá  alguém, para quem foi mais que suficiente e para quem você  fez algo muito especial”

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