O que representa o Dia da Conscientização Mundial sobre o Autismo?

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Por Ângela Godoy

O Autismo é um Transtorno do Neurodesenvolvimento que acomete o desenvolvimento da linguagem, do pensamento e traz prejuízos na interação social; pode ou não trazer deficiência intelectual associada. O 02 de abril foi escolhido para ser a data de Conscientização sobre o Autismo e, isso se torna cada vez mais importante com o crescente número de diagnósticos a cada ano.

A última década foi um período de conquistas importantes! Em 2012, a Lei Nº 12764 Instituiu a Política Nacional de Proteção dos Direitos à Pessoa com Transtorno do Espectro Autista alocando a pessoa com autismo, para todos os efeitos legais pertinentes, como pessoa com deficiência. Em 2013, o Manual de Diagnósticos de Transtornos Mentais – DSM V migrou o autismo da posição dos transtornos mentais para o campo do neurodesenvolvimento. Em 2015, foi instituída a Lei Nº 15.668, dispondo sobre as diretrizes para a política de diagnóstico precoce e tratamento do Autismo no âmbito do sistema de saúde. Neste mesmo ano, entrou em vigor a Lei Nº 13.146 – Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência) que, numa perspectiva bastante abrangente trouxe diretrizes que asseguram o exercício dos direitos e das liberdades fundamentais das pessoas com deficiência com vistas à sua inclusão social e cidadania. Teorias, técnicas e metodologias de assistência terapêutica também se diversificaram.

A celebração da data cumpre seu papel, que é ampliar a informação sobre o transtorno e garantir adaptações na sociedade. No entanto, todas estas mudanças trouxeram também confusões no campo diagnostico. A variedade de alterações no desenvolvimento que vem acometendo as crianças, potencializadas pelas repercussões que o confinamento social por conta das medidas de prevenção de contágio do Covid imprimem no desenvolvimento infantil, desde os mais pequenos até os adolescentes, pede que os diagnósticos sejam feitas considerando a história da criança, as ajudas terapêuticas que ela já recebeu e as mudanças ambientais que integram seu cotidiano.

Esta talvez seja a grande bandeira para esta nova década: Admitir que avançamos muito no campo da neurociência, no campo social e no campo do conhecimento terapêutico. Agora precisamos continuar avançando no campo do cuidado! Cuidado com diagnósticos equivocados, para garantir que as redes de apoio aos indivíduos com autismo e seus familiares existam, e que continuemos desenhando uma sociedade cada vez mais inclusiva.

Ângela Godoy é psicóloga clínica e atua na área de desenvolvimento infantil e neuropsicologia. É uma das fundadoras da Caleidoscópio Serviços de psicologia e CEO da Startup Cereus.

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